Com o avanço dos componentes de informática, os notebooks e celulares estão se tornando mais poderosos e menores, fazendo jus à sua principal característica, a portabilidade. E apesar dos avanços realizados para melhorar a equação que envolve desempenho e consumo de energia, o calcanhar de Aquiles desses equipamentos continua sendo sua autonomia, ou seja, o período de tempo que o portátil resiste ao ser usado desconectado da tomada, contando apenas com a energia proveniente de sua bateria.
Segundo fabricantes, cerca de 90% dos notebooks e celulares comercializados atualmente utilizam baterias de íon-lítio, consideradas eficientes e mais seguras que suas antecessoras, as de níquel-cádmio. Apesar disso, esses componentes ainda apresentam algum risco: em caso de sobrecarga ou superaquecimento e podem até explodir, como já aconteceu em alguns celulares pelo mundo.
Para evitar esse problema, as baterias de íon-lítio de celular possuem um chip, que não permite a carga completa da bateria, nem mesmo sua descarga completa, explica Ricardo Hauch Ribeiro de Castro, professor de engenharia da FEI.
Ribeiro de Castro explica que nos PC portáteis que utilizam baterias compostas por quatro ou seis células - ou seja, grupo de baterias de íon-lítio trabalhando como se fossem apenas uma - quem é responsável por essa regulagem de segurança é o próprio computador. Por conta disso, o usuário deve ficar atento à frequência <<>Procedimento ideal
O que isso quer dizer? Se a bateria é sempre recarregada quando ela está com metade da carga, com o tempo o carregador irá reconhecer a carga total da bateria como 50%, dando somente a carga necessária para completar esse desgaste, mesmo se 70% da bateria tiverem sido consumidos.
“O ideal é utilizar a bateria até 40% de sua carga”, explica Ribeiro de Castro, da FEI. Para não deixar que o computador “vicie” a recarga de sua bateria, o professor recomenda que o procedimento dos 40% seja executado de 20 a 30 vezes, realizando uma descarga completa em seguida.
Esse processo evita que a bateria receba carga demais e que se vicie em liberar cargas menores que a capacidade real da bateria.
Outro cuidado do usuário deve ser a velocidade com a qual a carga da bateria é drenada. Aplicações mais pesadas, muito brilho no LCD e gravação e execução de DVDs são processos que consomem muita energia, diminuindo a autonomia da bateria.
A dica: mantenha o equipamento ligado à corrente elétrica toda vez que for realizar alguma dessas tarefas. Se tais tarefas forem imprescindíveis, pode-se reduzir o consumo da bateria diminuindo a luminosidade do LCD, desconectar dispositivos externos USB e desligar a luminosidade do teclado (se houver). São pequenos detalhes que podem garantir alguns minutos a mais de carga.
O professor da FEI afirma que um outro mito, de que utilizar o notebook sempre com o carregador pode danificar a bateria, não passa de folclore. “Há pessoas que inclusive retiram a bateria do notebook quando ele está ligado na fonte de alimentação”. Ribeiro de Castro explica que isso pode gerar problemas mais sérios. Quando o notebook recebe uma sobrecarga de energia, ele envia essa energia a mais para a bateria, evitando que algum circuito seja queimado. “Retirar a bateria irá deixá-la intacta, mas o mesmo pode não acontecer com o notebook”, adverte.
Um outro fator que contribui para o mau funcionamento das baterias é o calor. “O lítio é muito instável. Acima de 60º Celsius, o que não é difícil em um computador, a bateria começa a apresentar problemas”, explica Ricardo.
Portanto, os que gostam de trabalhar com o notebook fora de casa, evitem ao máximo expô-lo ao sol. Isso serve também para os celulares, que estão mais sujeitos ao aquecimento que os notebooks. “Esquecer um celular no painel do carro [ou deixar o notebook no porta-malas]é um problema. Um carro fechado num dia de sol pode chegar à temperatura de 50º”, afirma Castro.
Seguindo essas recomendações, tomando cuidado com as recargas e fugindo do calor pode garantir a sua bateria um funcionamento mais eficiente, evitando dores de cabeça por falta de energia.
(Fonte: PCWorld)